Havia já alguns anos que eu não ia passear as minhas solas
para os lados de Beja. Mantém-se a ideia que eu tinha da cidade:
Ruas limpas com rigor helvético, comida abundante e saborosa
servida nas casas de pasto, habitantes simpáticos e reagindo de
maneira positiva às hordas de vândalos bedéfilos.
O festival de banda-desenhada trouxe à cidade uma lufada de ar
fresco(com o calor que lá estava soube bem o ofegar da BD).
Gente simpática compartilhou um espaço arejado (nada a ver com
o parque de estacionamento subterrâneo da Amadora) num ambiente
informal e descontraído.
Já tinha ouvido uns boatos que a BD inocula um nano- organismo
no corpo feminino inibidor de cromossomas veículos de fealdade:
Não vi mulheres feias no evento.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
sexta-feira, 28 de maio de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
A menina do mar
quarta-feira, 26 de maio de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
sexta-feira, 21 de maio de 2010
quarta-feira, 19 de maio de 2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
Talentos esquecidos da Sétima Arte
Duas homenagens a duas grandes senhoras da sétima arte
caídas no esquecimento: A primeira, Hedy Lamarr, uma das
caras mais bonitas do cinema foi também, uma engenheira
de primeira água. Foi na altura da segunda guerra mundial
que conjuntamente com um colega patenteou a ideia- base
que algumas décadas mais tarde iria permitir fabricar os
telemóveis. Como os fabricantes já só se aproveitaram a ideia
quando a patente expirou, Hedy não recebeu um tostão e
morreu numa posição financeira relativamente inconfortável.
A segunda senhora é Zohra Lampert, uma actriz que nunca
parecia representar tal era o seu talento para a ilusão. Apesar
de ter participado em alguns filmes mais mediatizados, penso
que foi uma personalidade que nunca chegou a poder mostrar
o que realmente valia. A sua arte fazia lembrar Maria Schell,
ou mais tarde Jessica Lange. Uma delícia para o apreciadores
de cinema- qualidade.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Baobab - O castigo para quem nunca esta contente com o que tem
O Baobab não tem folhas durante cerca de nove dos meses do ano.
Parece ele que está de pernas para o ar, com as raízes viradas
para o céu. Conta uma lenda árabe que foi uma das primeiras
árvores a aparecer no cimo da terra. Depois apareceu a palmeira
e o Baobab quis ser tão alto como ela. Segui-se a Eritrina e as suas
flores da cor do fogo e o Baobab exigiu ter ele também flores assim
garridas. Quando avistou a figueira quis logo também dar frutos.
Os deuses fartos de tanta insatisfação, pegaram no Baobab,
arrancaram as suas raízes da terra e plantaram-no ao contrário,
com os seus ramos plantados no solo e as raízes ao vento.
Parece ele que está de pernas para o ar, com as raízes viradas
para o céu. Conta uma lenda árabe que foi uma das primeiras
árvores a aparecer no cimo da terra. Depois apareceu a palmeira
e o Baobab quis ser tão alto como ela. Segui-se a Eritrina e as suas
flores da cor do fogo e o Baobab exigiu ter ele também flores assim
garridas. Quando avistou a figueira quis logo também dar frutos.
Os deuses fartos de tanta insatisfação, pegaram no Baobab,
arrancaram as suas raízes da terra e plantaram-no ao contrário,
com os seus ramos plantados no solo e as raízes ao vento.
sábado, 15 de maio de 2010
O velho de Alcântara- Mar
"Eu estava a almoçar sozinho num restaurante, como tanto gosto de fazer, a meio do dia de trabalho. Detesto «almoços de trabalho», almoços de circunstância ou almoços de coisa alguma. Detesto almoçar os outros, resumindo. Prefiro almoçar a comida, acompanhada de uma revista ou de um jornal.
O restaurante era pouco mais que uma tasquinha de Alcântara, que tem a vantagem de ter uma comida caseira e sem pretensões e de não ser frequentado pela classe emergente dos almoços, com os telemóveis em cima da mesa, ao alcance de uma urgência, porque gente importante e ocupada é assim. Este restaurante, pelo contrário, é frequentado por uns clientes discretos, habituais e silenciosos, que vêm comer polvo cozido com todos e parecem cobertos por uma fina poeira de tristeza que os toma, de certa forma, íntimos. Íntimos, apesar do nosso mútuo silêncio, cúmplices na solidão das mesas, como marinheiros naufragados, cada um em sua ilha.
Gosto destes personagens lisboetas da hora de almoço, que comem sozinhos resmungando entre dentes, que compram lotaria, lêem os anúncios do Correio da Manhã e tratam as empregadas de mesa por «Menina isto» e «Menina aquilo». Imagino em cada um deles um Fernando Pessoa, órfão de obra e deserdado de sentimentos. São solitários e tristes, porém não são trôpegos, mas dignos, de costas direitas e cara fechada olhando em frente, quando se levantam da mesa discretamente em direcção à porta, como se deslizassem em direcção à vida.
Um dia entrou um homem destes, que eu já tinha visto anteriormente. Era um cliente de bairro, um «vizinho» do restaurante — ocasionalmente almoça, mas, regra geral, limita-se a chegar sobre o tarde, senta-se numa mesa em frente à porta com um jornal dobrado à frente, encomenda uma bica e fica a olhar para a rua, atento ao passar do tempo. Vê-se que é reformado porque não tem horário fixo nem pressa alguma. Não será viúvo, mas apenas gasto, viverá num 3° esquerdo, indiferente às lamúrias da «patroa», sentado num sofá de costas para a janela para receber a luz para as palavras cruzadas do jornal.
Mas nesse dia o homem entrou no restaurante com um sorriso luminoso na cara. Parecia ter rejuvenescido dez anos, as costas estavam mais direitas, a roupa mais alisada, o cabelo penteado deveria cheirar a água de colónia Ach. Brito. Só percebi a razão da transformação quando o vi virar-se para trás na porta da entrada e estender a mão a um miúdo que o seguia: era o neto. Passeou o miúdo pelo restaurante como se apresentasse uma namorada rainha de beleza. De mão dada com ele, foi até ao balcão e sentou-o lá em cima para que todos os empregados o vissem, sorriu à volta e fez um gesto largo para o miúdo, indicando o mostruário onde repousavam a pescada para cozer ou fritar, o leitão frio ou quente da Mealhada e as costeletas de vitela para grelhar, e disse: «Então, escolhe lá o que queres almoçar».
Pediu mesa com toalha de pano, encostada à parede, de onde todos o pudessem ver e ele pudesse ver todos. Levou o neto ao colo até à mesa, sentou-o na cadeira, atou-lhe o guardanapo de pano ao pescoço e então o miúdo agarrou-lhe a cara de repente, puxou-o para si e deu-lhe um beijo. O velho sentou-se à frente dele e olhou em frente. Encontrou o meu olhar, que devorava a cena. Por um brevíssimo instante pareceu-me que ele tinha ficado suspenso da minha reacção: queria ser visto, mas tinha medo. Inclinei a cabeça e cumprimentei-o em silêncio — foi a primeira vez que o cumprimentei: o seu olhar era líquido de ternura e firme de orgulho. Quando for velho, quero ser exactamente assim."
O restaurante era pouco mais que uma tasquinha de Alcântara, que tem a vantagem de ter uma comida caseira e sem pretensões e de não ser frequentado pela classe emergente dos almoços, com os telemóveis em cima da mesa, ao alcance de uma urgência, porque gente importante e ocupada é assim. Este restaurante, pelo contrário, é frequentado por uns clientes discretos, habituais e silenciosos, que vêm comer polvo cozido com todos e parecem cobertos por uma fina poeira de tristeza que os toma, de certa forma, íntimos. Íntimos, apesar do nosso mútuo silêncio, cúmplices na solidão das mesas, como marinheiros naufragados, cada um em sua ilha.
Gosto destes personagens lisboetas da hora de almoço, que comem sozinhos resmungando entre dentes, que compram lotaria, lêem os anúncios do Correio da Manhã e tratam as empregadas de mesa por «Menina isto» e «Menina aquilo». Imagino em cada um deles um Fernando Pessoa, órfão de obra e deserdado de sentimentos. São solitários e tristes, porém não são trôpegos, mas dignos, de costas direitas e cara fechada olhando em frente, quando se levantam da mesa discretamente em direcção à porta, como se deslizassem em direcção à vida.
Um dia entrou um homem destes, que eu já tinha visto anteriormente. Era um cliente de bairro, um «vizinho» do restaurante — ocasionalmente almoça, mas, regra geral, limita-se a chegar sobre o tarde, senta-se numa mesa em frente à porta com um jornal dobrado à frente, encomenda uma bica e fica a olhar para a rua, atento ao passar do tempo. Vê-se que é reformado porque não tem horário fixo nem pressa alguma. Não será viúvo, mas apenas gasto, viverá num 3° esquerdo, indiferente às lamúrias da «patroa», sentado num sofá de costas para a janela para receber a luz para as palavras cruzadas do jornal.
Mas nesse dia o homem entrou no restaurante com um sorriso luminoso na cara. Parecia ter rejuvenescido dez anos, as costas estavam mais direitas, a roupa mais alisada, o cabelo penteado deveria cheirar a água de colónia Ach. Brito. Só percebi a razão da transformação quando o vi virar-se para trás na porta da entrada e estender a mão a um miúdo que o seguia: era o neto. Passeou o miúdo pelo restaurante como se apresentasse uma namorada rainha de beleza. De mão dada com ele, foi até ao balcão e sentou-o lá em cima para que todos os empregados o vissem, sorriu à volta e fez um gesto largo para o miúdo, indicando o mostruário onde repousavam a pescada para cozer ou fritar, o leitão frio ou quente da Mealhada e as costeletas de vitela para grelhar, e disse: «Então, escolhe lá o que queres almoçar».
Pediu mesa com toalha de pano, encostada à parede, de onde todos o pudessem ver e ele pudesse ver todos. Levou o neto ao colo até à mesa, sentou-o na cadeira, atou-lhe o guardanapo de pano ao pescoço e então o miúdo agarrou-lhe a cara de repente, puxou-o para si e deu-lhe um beijo. O velho sentou-se à frente dele e olhou em frente. Encontrou o meu olhar, que devorava a cena. Por um brevíssimo instante pareceu-me que ele tinha ficado suspenso da minha reacção: queria ser visto, mas tinha medo. Inclinei a cabeça e cumprimentei-o em silêncio — foi a primeira vez que o cumprimentei: o seu olhar era líquido de ternura e firme de orgulho. Quando for velho, quero ser exactamente assim."
Miguel Sousa Tavares
Texto extraído do livro "Não te deixarei morrer, Davy Crockett"
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Uma casa portuguesa, com certeza...
Não tarda voltamos aos costumes de antigamente.
Antigamente sabia-se poupar! Para tomar banho
bastava um alguidar e sabão azul e branco. Havia lâmpadas
de alta economia em cera. Para barrar o pão não havia
chococreme, era banha corada. Em vez de folha tripla da
Scottex, tínhamos as folhas de vinha (sem aloé vera).
Antigamente sabia-se poupar! Para tomar banho
bastava um alguidar e sabão azul e branco. Havia lâmpadas
de alta economia em cera. Para barrar o pão não havia
chococreme, era banha corada. Em vez de folha tripla da
Scottex, tínhamos as folhas de vinha (sem aloé vera).
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Dia de Corpo de Deus - 1552
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Gatos
Um animal fascinante com o qual coabitamos e que apesar de
partilhar o nosso tecto durante vários anos parece estar somente
de passagem e pronto a qualquer momento a seguir viagem para
um mundo onde o mistério dos seus olhos é coisa comum.
O escritor Henry de Montherlant ficava surpreendido cada vez
que via um gato a correr de forma decidida como se de algo inadiável
ele tivesse de tratar e de repente parava, levantava a pata traseira
na vertical, lambia o interior da mesma ou a anilha comichosa, e lá
estava ele a tocar violoncelo!
partilhar o nosso tecto durante vários anos parece estar somente
de passagem e pronto a qualquer momento a seguir viagem para
um mundo onde o mistério dos seus olhos é coisa comum.
O escritor Henry de Montherlant ficava surpreendido cada vez
que via um gato a correr de forma decidida como se de algo inadiável
ele tivesse de tratar e de repente parava, levantava a pata traseira
na vertical, lambia o interior da mesma ou a anilha comichosa, e lá
estava ele a tocar violoncelo!
terça-feira, 11 de maio de 2010
Cinema "o piolho"
Um dos cinemas mais populares da capital foi o Salão Lisboa, mais
conhecido pelo "piolho". O recinto foi aberto em 1916 e fez a alegria
dos amantes da sétima arte durante algumas décadas. Situado na
rua da Mouraria, foi um ícone lisboeta tanto pela sua popularidade
como pelas suas condições precárias. Muitas vezes chovia lá dentro
e os problemas técnicos durante as projecções já faziam parte do
folclore. O sistema de som falhava frequentemente e a plateia em
coro gritava para o operador na cabine gozando-lhe a corcunda:
"Ó marreco, olhó sonoro!"
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Como ajudar a juventude de hoje?
Mesmo os cremes mais mediatizados como o Clearasil,
o Normaderm ou o Limpáfuça são ineficazes perante os
problemas de pele dos nossos adolescentes. Só se vêem
faces postulentas e acne fermentado em crateras nos poros
da epiderme. O ar está cada vez está mais poluído, saturado
de partículas radioactivas, de gazes indefinidos etc... As ondas
hertzianas saídas dos escapes dos carros misturam-se com
os raios stapartam e os raios-ban produzidos pela televisão.
Cientistas do NSA (NASA-Sem-um-A ) avisam: A juventude
de hoje está podre e todos nós somos os responsáveis.
o Normaderm ou o Limpáfuça são ineficazes perante os
problemas de pele dos nossos adolescentes. Só se vêem
faces postulentas e acne fermentado em crateras nos poros
da epiderme. O ar está cada vez está mais poluído, saturado
de partículas radioactivas, de gazes indefinidos etc... As ondas
hertzianas saídas dos escapes dos carros misturam-se com
os raios stapartam e os raios-ban produzidos pela televisão.
Cientistas do NSA (NASA-Sem-um-A ) avisam: A juventude
de hoje está podre e todos nós somos os responsáveis.
domingo, 9 de maio de 2010
sábado, 8 de maio de 2010
O alquimista
O sonho dos antigos alquimistas mais ambiciosos era de
transformar o chumbo em ouro já que os dois metais têm
uma estrutura atómica muito parecida. Para isso contariam
com a ajuda da pedra filosofal que permitiria a transformação.
Essa pedra seria o quinto elemento (além do fogo, ar, terra e água).
Essa pedra transformaria todos os metais não preciosos em ouro.
Alguns filósofos vêm nesse mito uma metáfora do amor já que
o amor transforma tudo ... e nha nha nha, etc...
Nada disso! é possível conseguir uma pedra filosofal apesar do
método ser ilegal. Aqui vai a receita: pegam num alguidar cheio
de penas da pato ...
bem, fica para a próxima que estão a bater à porta.
transformar o chumbo em ouro já que os dois metais têm
uma estrutura atómica muito parecida. Para isso contariam
com a ajuda da pedra filosofal que permitiria a transformação.
Essa pedra seria o quinto elemento (além do fogo, ar, terra e água).
Essa pedra transformaria todos os metais não preciosos em ouro.
Alguns filósofos vêm nesse mito uma metáfora do amor já que
o amor transforma tudo ... e nha nha nha, etc...
Nada disso! é possível conseguir uma pedra filosofal apesar do
método ser ilegal. Aqui vai a receita: pegam num alguidar cheio
de penas da pato ...
bem, fica para a próxima que estão a bater à porta.
Feira do livro de Lisboa - Parque Eduardo VII
Alguns já terão reconhecido por trás do Zé da boina, os
arbustos do parque Eduardo VII onde acontece nesta altura
a feira do livro. Esse parque é também conhecido pelas suas
actividades lúdicas e nocturnas abrilhantadas por senhoras
de fraca virtude mas com entusiasmo redobrado pela crise.
A partir de uma certa hora aconselho a usar a senha que lhe
permitirá passar pelo Zé da boina sem diálogos menos apropriados
para os genuínos amantes de livros. A senha é "Faço eventualmente,
mas não com estranhos." Siga depois o seu caminho olhando em
frente e sem olhares de soslaio. Depois de passar pelos estaminés da
Milulinda do br@xhz e da Lenkiuska da p#nheet@ está quase safo(a).
Mal aviste livros empilhados empenhe-se numa corrida discreta (mas
decidida) e misture-se imediatamente com a multidão de leitores.
A verdadeira aventura começa partir de aí...
Se não me esquecer de dizer a senha, estou lá a partir das 16h30.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Macau em 1556
Macau, uma das terra longínquas onde Camões fez questão em deixar
algumas dívidas. A imagem foi tirada do álbum "Camões- De vós não
conhecido nem sonhado" que terei todo o prazer em autografar este
próximo domingo no stand da Plátano na feira do livro de Lisboa
a partir das 16h30. Haverá descontos para quem trouxer o talão
de compra da primeira edição de 1572 de Os Lusiadas.
algumas dívidas. A imagem foi tirada do álbum "Camões- De vós não
conhecido nem sonhado" que terei todo o prazer em autografar este
próximo domingo no stand da Plátano na feira do livro de Lisboa
a partir das 16h30. Haverá descontos para quem trouxer o talão
de compra da primeira edição de 1572 de Os Lusiadas.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
A roda dos expostos
Antigamente em Portugal, alguns conventos estavam apetrechados
de um roda dos expostos. Era um armário embutido na parede do
edifício com uma placa giratória no seu interior. As mães (ou pais)
que não queriam guardar o seu bebé punham lá a criança e girando
o aparelho a abertura ficava virada para o interior do convento para
ser recolhido pelas freiras. Alguns recém-nascidos tinham um nome
escrito num papel e pregado num xaile, outros sem nada que os
pudesse identificar.
de um roda dos expostos. Era um armário embutido na parede do
edifício com uma placa giratória no seu interior. As mães (ou pais)
que não queriam guardar o seu bebé punham lá a criança e girando
o aparelho a abertura ficava virada para o interior do convento para
ser recolhido pelas freiras. Alguns recém-nascidos tinham um nome
escrito num papel e pregado num xaile, outros sem nada que os
pudesse identificar.
A língua portuguesa e a nova queda do Império
Foi Camões quem deu as primeiras letras de nobreza à língua
portuguesa. Teve tempo ainda para assistir ao princípio da queda
do Império. Através de acordos, de concessões e outras mordomias
somos nós agora os testemunhos da queda do império da nossa
língua, queda essa mais abrupta e mais humilhante do que
a primeira.
portuguesa. Teve tempo ainda para assistir ao princípio da queda
do Império. Através de acordos, de concessões e outras mordomias
somos nós agora os testemunhos da queda do império da nossa
língua, queda essa mais abrupta e mais humilhante do que
a primeira.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Menino de coro: uma actividade de risco.
Galileu " made in Portugal" salta fronteira
terça-feira, 4 de maio de 2010
O galo "crooner"
Este título fez-me lembrar um dos maiores crooners americanos
e a canção que ele interpretava num velho western. O seu nome
emprestado era Dean Martin. Em Rio Bravo aparecia também
Angie Dickinson cujas pernas estavam asseguradas em mais de
um milhão de dólares. Por esse motivo e por as suas pernas serem
tão belas, durante os seus primeiros filmes a Angie andava quase
sempre de cuecas ao léu mesmo que para isso o guião dos filmes
tivessem de ser adaptados à anatomia da actriz.
"- Pegue neste revólver Madam' , para o caso em que voltem
os ladrões de gado!"
"-Obrigado , xerife. Mas a cor desta arma não condiz nada com
o tom da minha saia. É melhor despi-la."
...
Gonna hang
my sombrero
On the limb
of a tree
Comin' home
sweetheart darlin'
Just my rifle,
pony and me
Just my rifle,
my pony and me
...
Gonna hang
my sombrero
On the limb
of a tree
Comin' home
sweetheart darlin'
Just my rifle,
pony and me
Just my rifle,
my pony and me
...
(Um trecho da canção em Rio Bravo)
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Domingo 9 - Feira do livro de Lisboa
A Águia e a Coruja
Vou tentar resumir à Lagardère uma fábula à la manière .
(Expressão ouvida numa tasca de Lamego, O enfarta-brutos.)
Uma águia e uma coruja preparavam-se para ir caçar,
quando a coruja lembrou-se de recomendar:
-Ó águia, lembra-te que deixei os meus três filhotes no
meu ninho e tu vê la se esses não os comes!"
A águia perguntou:
- E como é que reconheço os teus rebentos?
A coruja:
- É fácil, são três adoráveis anjinhos, de bico perfeito e
de cara laroca num corpinho elegante.
A águia:
-Tá-se bem.
Já a águia andava a voar quando avistou um ninho com
três horríveis monstrinhos atarracados, depenados e de bico
atrofiado. Olhou para o bloco de notas e verificou que não
correspondiam à descrição feita pela coruja. Logo, engoliu-os.
Na altura de dar explicações culpou a pobre coruja por lhe ter
dado informações erradas acerca das crias. Parece ter nascido
aqui a expressão Mãe-Coruja.
Quanto à moral da história, basta ter filhos para a adivinhar.
Para os que não têm, improvisem: O que mais há é corujas
solteiras com as penas das caudas a dar-a dar.
(Expressão ouvida numa tasca de Lamego, O enfarta-brutos.)
Uma águia e uma coruja preparavam-se para ir caçar,
quando a coruja lembrou-se de recomendar:
-Ó águia, lembra-te que deixei os meus três filhotes no
meu ninho e tu vê la se esses não os comes!"
A águia perguntou:
- E como é que reconheço os teus rebentos?
A coruja:
- É fácil, são três adoráveis anjinhos, de bico perfeito e
de cara laroca num corpinho elegante.
A águia:
-Tá-se bem.
Já a águia andava a voar quando avistou um ninho com
três horríveis monstrinhos atarracados, depenados e de bico
atrofiado. Olhou para o bloco de notas e verificou que não
correspondiam à descrição feita pela coruja. Logo, engoliu-os.
Na altura de dar explicações culpou a pobre coruja por lhe ter
dado informações erradas acerca das crias. Parece ter nascido
aqui a expressão Mãe-Coruja.
Quanto à moral da história, basta ter filhos para a adivinhar.
Para os que não têm, improvisem: O que mais há é corujas
solteiras com as penas das caudas a dar-a dar.
domingo, 2 de maio de 2010
Pão alentejano
Lembro-me de acompanhar a minha avó ao forno
municipal. Levávamos manteiga caseira para barrar
nas bolinhas ainda a fumegar que nos queimavam
a língua. Ao tentar falar tínhamos aprendido alemão
instantâneo. Bons tempos em que nas estradas estreitas
de alcatrão passavam carroças à antiga carregadas
de palha com altura de dois andares. Ouvia-se os
carroceiros a galantear os animais de carga:
Arre maaacho!, eh beeesta!
municipal. Levávamos manteiga caseira para barrar
nas bolinhas ainda a fumegar que nos queimavam
a língua. Ao tentar falar tínhamos aprendido alemão
instantâneo. Bons tempos em que nas estradas estreitas
de alcatrão passavam carroças à antiga carregadas
de palha com altura de dois andares. Ouvia-se os
carroceiros a galantear os animais de carga:
Arre maaacho!, eh beeesta!
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