segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cromeleque de Almendres

Uma ilustração alusiva ao Cromeleque de Almendres, inserido num livro
que sairá nos próximos dias com textos de Carlos Rebelo e desenhos aqui
do setubalense de serviço. O tema será a História de Portugal contada
através dos seus monumentos. Alguns desses monumentos são bem conhecidos
e outros nem tanto. Nas ilustrações tentei utilizar uma visão diferente do
que se tem feito até agora. Um dos meus desenhos preferidos é o do
"rinoceronte" da torre de Belém. Comecei por desenhá-lo tentando devolver
a sua forma original mas acabei por deixá-lo como está, roído pelos rigores
atmosféricos. Era como devolver o nariz à Esfinge egípcia. "Sacrilège, sacrebleu!"

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Les bourgeois, c'est comme les cochons...

Um casal de burgueses portugueses no século XVIII.

Quando penso na palavra francesa bourgeois, duas maravilhas da cultura
me vêm à mente: Os Bourgeois de Calais do escultor Auguste Rodin,
e a canção de Jacques Brel, Les bourgeois.

"Les bourgeois, cést comme les cochons:
Plus ça devient vieux, plus ça devient bête,
Les bourgeois, c'st comme les cochons:
Plus ça devient vieux, plus ça devient..."

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Silves - Rua medieval

Sempre gostei de desenhar mulheres com dentes "abre-caricas".
Entretanto o guerreiro à esquerda com o cabo do machado parece
mais ser do género de rolha enfiada no...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Mulheres despidas e sem roupa, tendo a pele à vista de qualquer um.


Ah, que saudades das aguarelas tradicionais! O cheiro a químico do
papel Arches, a goma arábica peganhenta, os pincéis que insistem no
penteado de risco ao meio... Mas sobretudo os pingos involuntários
que vêm estragar a obra já quase acabada (e que pela lei de Murphy
vão cair em cima da zona do céu onde não se pode disfarçar). Por vezes
e por instinto procuro debalde as teclas Ctrl+Z para fazer UNDO.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Chapéus há muitos!


Durante o período chamado "Directório" da História de França que
seguiu a revolução francesa de 1789, houve uma nova corrente estética
em que os homens eram chamados os Incroyables e as senhoras as
Merveilleuses. Tratava-se de uma moda extravagante que veio tentar
alegrar um período negro, a Terreur, onde se decapitava tudo o que
mexia por "dá cá aquela palha". É um fenómeno que acontece muito
depois das guerras ou das grandes crises. Esses alegres adeptos de uma
moda extravagante, tinham ainda a particularidade de não empregar
a letra "r" enquanto falavam, o que no país da Mireille Mathieu torna
os diálogos rrrrridículos, para não dizerrrr irrrritantes.
Felizmente apareceu o Napoleão e essa moda de vestir e de falar fora
das normas voltou a um padrão mais tradicional e apareceram chapéus
de muito melhor bom gosto como estes usados na ilustração em que o
granadeiro da esquerda usa o chamado "caniche a cagar em cima do
penteado".


terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sacadura Cabral desaparece no Mar do Norte.

Faz 86 anos este mês, que Sacadura Cabral desapareceu no Mar do Norte.
Este foi infelizmente o destino de muitos pilotos audazes que arriscaram
a vida pela paixão de voar; Lembro-me de Amélia Earhart ou de St Exupéry,
o autor do Petit Prince.

Obrigado ao Clube de História de Valpaços pelo Lembrete!

A ilustração foi tirada do livro Chamo-me Sacadura Cabral
da Editora Didáctica.

sábado, 13 de novembro de 2010

Inauguração dos caminhos de ferro em Portugal


Pela ocasião puseram a realeza a viajar acompanhada de mais uns quantos
nobres e notáveis, e lá foram eles pelos carris. À boa maneira portuguesa,
a locomotiva tinha sido comprada já velha e cansada aos ingleses, e por
isso mesmo tiveram de ir largando carruagens pelo caminho para sua
majestade chegar a bom porto sem dar grande barraca. Os outros tiveram
de seguir a pé. Faço ideia a risota que devem ter provocado nos ribatejanos
que estavam a assistir ao longo do percurso. Deve ter havido uma inflação
no preço do aluguer do burro e muitos saiotes finos devem ter deixado
vestígios nas urtigas.
-um sítio para fazer as suas necessidades, senhora marquesa? olhe tem
aí todo
este espaço à sua volta, que é meu mas que deixo a senhora
marquesa adubar.
E para a limpeza do seu nobre traseiro dou-lhe até
umas parras das minha
vinhas que além de deixarem as nádegas com
um travo a moscatel, vão lhe
aliviar as assaduras causadas pelo bigode
do senhor marquês!"

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A walk in the park


Esta expressão inglesa indica facilidade para uma acção. É engraçado
como a maior parte das expressões em várias línguas que pretendem
indicar facilidade ou falta de preocupação têm origem na comida:
"piece of cake", "c'est du gâteau", "como roubar um doce
a uma criança", "é canja!"
Outras têm a ver com partes do corpo: "les doigts dans le nez", "com
uma perna às costas" etc...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mendigos


Quando estava a apagar o lápis deste desenho estava a ouvir
estava a ouvir "Princes of the universe" dos Queen. Lembrei-me
então da cour des miracles do romance "Notre-Dame de Paris" do
Victor Hugo, onde apesar de ser uma "corte" onde só piavam
mendigos e estropiados, também tinham um rei. Dentro do nosso
universo social existem vários universos tal como no purgatório
dos nossos males existem outros purgatórios nem vislumbrados.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Terramoto de 1755

O terramoto que arrasou Lisboa e arredores (cidades como Setúbal foram
parcialmente destruídas) ocorreu num dia 1 de Novembro. Muitos escritores
filosofaram sobre a causa divina do acontecimento, tais como Voltaire, a
perguntar a sempiterna pergunta: "porquê?". Quem leu Astérix já sabe que
os celtas tinham previsto que mais tarde ou mais cedo o céu acabaria por
ruir por cima de algumas cabeças; ao contrário dos Maias, deixaram no
entanto a data em aberto. Por sorte naquela altura tínhamos um Marquês
de Pombal e um Pina Manique para tratar da reconstrução da capital. Se fosse
hoje, é provável que o primeiro ministro apressasse a construção do TGV
para se poder pirar mais depressa antes dos primeiros calhaus cairem.
Bem, alguns já caíram mesmo : o "jamais, jamais-mariolino" e o
"manuelpinheiro- vai-tourear".
Pelo menos a partir do fim do século XVIII ficámos com avenidas largas e
novas que pareciam megalómanas na altura mas que hoje já parecem bem
razoáveis( O Sebastião sabia, tudo, tudo ,tudo) , e com expressões derivadas
directamente do terramoto tais como "rés vés Campo de Ourique" e
"estas paredes oitocentistas parecem papel! basta um pequeno abanão!"